Tocantins
CORRUPÇÃO – Ex-secretário de saúde na gestão Mauro Carlesse, Edgar Tolini, mulher e sogro são alvos da Polícia Federal na “Operação Voo de Ícaro”
TOCANTINS – A Polícia Federal deflagrou, na terça-feira, 19, a Operação Voo de Ícaro, com o objetivo de apurar possíveis crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro, praticados por empresários, agentes públicos e agentes políticos no Estado do Tocantins. Dentre os investigados estão o ex-secretário de saúde na gestão de Mauro Carlesse, o médico Edgar Tolini e a esposa dele, senhora Thaís Carvalho.
A investigação começou após denúncia de um servidor público de que aeronaves contratadas pelo governo, inclusive UTIs aéreas, estariam sendo utilizadas por Edgar Tolini para viagens de Palmas a Goiânia (GO) durante os fins de semana. O servidor relatou ainda que parte do dinheiro pago pelo estado pelo aluguel do Hospital de Campanha da Covid-19 era destinado a gestores do estado em forma de propina.
Cerca de 26 policiais federais cumprem mandados de busca e apreensão nas cidades de Goiânia/GO e Palmas/TO, todos expedidos pelo juiz federal João Paulo Abe, da 4ª Vara Federal Criminal do Tocantins, que determinou buscas para apreensão de documentos em endereços do ex-secretário, da esposa e do sogro dele, Geraldo de Carvalho.
“No caso vertente, existem consistentes elementos de informação que permitem inferir que o investigado Luiz Edgar Leão Tolini tenha utilizado aviões que prestam serviço para o Estado do Tocantins, para uso pessoal, bem como, de que estaria lavando dinheiro por meio da construção de uma residência em um condomínio em Goiânia, com o indispensável auxílio de sua esposa, Thaís de Carvalho Costa, e de seu sogro Geraldo de Carvalho”, diz trecho da decisão.
Além do cumprimento dos referidos mandados, foi determinado pelo Poder Judiciário o sequestro e a indisponibilidade de bens dos investigados até o limite do suposto dano ocasionado de R$ 13.780.681,70.
O inquérito apura a suspeita de que um ex-agente político estaria ocultando bens e valores de origem ilícita em nome de terceiros, através, dentre outras formas, da aquisição/construção de imóvel de alto padrão em condomínio de luxo em Goiânia-GO.
As diligências deflagradas visam identificar todas as pessoas que participaram das supostas ações criminosas, colher mais elementos probatórios para a comprovação dos fatos e recuperação dos recursos.
Os investigados, se condenados, poderão responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa, com penas que, somadas, podem chegar a 18 anos de reclusão, além da perda de bens e valores suficientes para a reparação do dano decorrente da infração penal.
*O nome Operação Voo de Ícaro (personagem da mitologia grega que voou muito próximo do sol e suas asas derreteram) remete à forma como as ações dos investigados, ostentando com os valores desviados, contribuíram para identificar os indícios dos crimes investigados nesta operação.
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