Política
Na Câmara professor Paulo Izídio da Silva Rezende diz que aposentadoria da prefeita Josi Nunes tem que ser cancelada por ela não ter concurso público
GURUPI ELEIÇÃO 2024 – O professor da Unirg e advogado Paulo Izídio da Silva Rezende trouxe à tona ao parlamento municipal, na manhã desta terça-feira (13), a denúncia que já vem sendo investigada pelo Ministério Público do Tocantins (MPTO), envolvendo a aposentadoria da atual prefeita, Josi Nunes. Durante seu pronunciamento, Izídio expôs uma série de irregularidades que, segundo ele, comprometem a legalidade da concessão da aposentadoria da prefeita, colocando em xeque a integridade do processo.
Segundo o professor, a aposentadoria de Josi Nunes foi concedida por decisão judicial em um processo que tramitou em segredo de justiça, o que já levanta suspeitas sobre a transparência do caso. Contudo, o ponto mais grave destacado por Izídio é a vinculação da aposentadoria ao Gurupi PREV, um fundo destinado exclusivamente a servidores municipais e professores concursados. Ele argumenta que a prefeita nunca foi concursada na Unirg, a instituição de ensino vinculada ao fundo, o que tornaria sua aposentadoria ilegal.
“O processo de concessão da aposentadoria da prefeita não seguiu as normas estabelecidas pela Constituição de 1988, o que configura uma clara violação da lei”, declarou Paulo Izídio em seu discurso, alertando os vereadores sobre a gravidade da situação.
Apuração
Diante das alegações, a Câmara de Vereadores decidiu agir, autorizando uma apuração detalhada das ilegalidades, que apontam possíveis crimes de peculato e improbidade administrativa. O problema apontado na denúncia é que a prefeita Josi Nunes, pelo fato de não ser concursada da Unirg, e não ter tempo de contribuição, pois por 22 anos exerceu mandatos eletivos, não teria direito à aposentadoria e nem requerer pagamentos retroativos superiores a R$ 200 mil.
CPI
As denúncias gravíssimas detalhadas pelo professor Paulo Izídio geram debates acalorados na Câmara de Gurupi. Nas próximas sessões a expectativa é que os vereadores possam entrar com um pedido de instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (PCI).
Tentativa de intimidação
Ao final da sessão, durante entrevista à imprensa, Paulo Izídio foi hostilizado por alguns apoiadores da prefeita Josi Nunes. Ele explicou que teve dificuldade em fazer uso da fala, espaço concedido após amplo debate em uma reunião separada pelos parlamentares. “Fui atacado. Atacaram a minha pessoa, mas ninguém rebateu os pontos que eu apontei, as ilegalidades. Tentaram me pressionar. Se eu fosse uma pessoa pressionada não estaria nem aqui”, concluiu.