Municípios
OPAS (Organização Panamericana de Saúde) mostra para o mundo, Projeto Botinho do Tocantins como exemplo bem-sucedido de prevenção aos afogamentos
PALMAS-TO – Exemplo de ação bem-sucedida nas áreas de prevenção aos afogamentos e salvamento aquático, o Projeto Botinho do Tocantins atraiu os olhares da Organização Panamericana de Saúde (OPAS), um braço da Organização Mundial da Saúde (OMS), e agora vai aparecer em grande reportagem que traz relatório global sobre o tema. Um levantamento completo será publicado no próximo mês, novembro, e a cobertura jornalística da própria OPAS vai contextualizar a participação do Governo do Tocantins, por meio do Corpo de Bombeiros Militar, e parceiros, junto com crianças e adolescentes em várias regiões do estado.
A OPAS vai revelar os números de acidentes com vítimas fatais neste tipo de ocorrência, que só este ano, no estado, já teve 50 fatalidades. Entretanto, a Organização Panamericana de Saúde descobriu no Projeto Botinho do Tocantins e o SOBRASA Kids, que fazem parte do escopo do Programa Município Mais Resiliente ao Afogamento, a forma de tratar o problema, com o Governo do Tocantins, CBMTO e parceiros focados na prevenção envolvendo diretamente os estudantes.
“Sempre foi preocupação nossa reduzir os números de afogamentos, e o Projeto Botinho do Tocantins é uma esperança que temos na multiplicação das orientações para assim alcançar mais pessoas e gestores das praias e áreas balneares, no sentido de se preocuparem ainda mais com essa temática”, explicou o coronel Peterson Queiroz de Ornelas, comandante-geral do CBMTO. “As crianças são excelentes multiplicadoras e o Corpo de Bombeiros Militar, com todo seu efetivo, tem se esforçado para que o nível de conscientização e cuidados aumentem, diminuindo o índice de fatalidades com essas ocorrências em todas as regiões do nosso estado”, completou o comandante.
Desde 2022, o Projeto Botinho do Tocantins já alcançou centenas de crianças que residem em cidades ribeirinhas, levando a elas instruções sobre prevenção ao afogamento, noções de salvamento aquático e preservação ambiental. As atividades têm duração de dois dias, e os bombeiros militares usam de meios práticos e diretos para ensinar a elas como se prevenir na praia, na água e até mesmo em casa ou na escola, multiplicando o que aprenderam. Brincadeiras, gincanas, palestras, folders e outros métodos fazem parte do processo.
“Dentre os estados brasileiros, o Tocantins possui o 5° maior índice de mortes por afogamento, são 4,64 para cada 100 mil habitantes. Com o objetivo de reduzir essas mortes, o CBMTO desenvolve ações nas frentes educativa, preventiva e de salvamento. A mensuração e inferência dos dados sobre afogamentos e riscos de incidentes aquáticos são fundamentais para a customizar as implementações para mitigação dessa tragédia. As praias do estado contam com demarcação de área de banho, placas instrutivas e guarda-vidas, que aumenta de forma considerável a segurança para o público praieiro”, pontuou o tenente-coronel Antônio Luiz Soares da Silva, comandante da 4ª Companhia Independente de Bombeiros Militar, em Colinas.
Conhecida como cidade das águas, Lajeado recebeu o Projeto Botinho do Tocantins pela primeira vez, nos últimos dias 17 e 18, na Praia do Segredo. Dezenas de crianças participaram, além de pais e professores. No grupo estava João pedro de Souza, 16 anos, que até participou de simulação como se estivesse se afogando e precisando de socorro.
“Foi emocionante”, disse. “Eu não sabia que o salva-vida chegava tão rápido. A gente sente um conforto na hora que ele chega, abraça a pessoa e traz [para a areia]. A pessoa sente um conforto”, contou João Pedro.
“Lajeado está no caminho certo. A primeira impressão é essa, de saber que a gente está fazendo direito ao nosso trabalho, cumprindo a nossa obrigação, a nossa responsabilidade com o meio ambiente e a prevenção ao afogamento. O Projeto Botinho do Tocantins é muito bacana e a gente percebeu que as crianças de fato compreenderam as instruções”, relatou Lenízia Costa, secretária de Meio Ambiente e Turismo da cidade.
A jornalista Sarah Buogo, consultora de comunicação da OPAS, em Brasília, passou dois dias acompanhando as ações do Projeto Botinho. Além de colher entrevistas com os participantes e fazer também a cobertura fotográfica, Sarah ainda fez passeio de jetski, igual todas as crianças inscritas nesta edição. “A gente está aqui para mostrar uma boa prática para a região das Américas sobre prevenção ao afogamento”, afirmou.
Em 2024, o Consórcio Estreito Energia (CEST), adotou o Projeto Botinho do Tocantins e se fez presente nas edições de Pedro Afonso, Barra do Ouro, Babaçulândia e Filadélfia. A empresa, que tem sede em Estreito – MA, atua no Projeto Botinho do Tocantins ofertando palestras, materiais didáticos e apoio logístico, facilitando a execução das atividades. Para 2025, o Consórcio afirmou que vai ampliar o patrocínio para dez cidades.
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